Do livro Matrix, Bem-vindo ao Deserto do Real.
[...] Olhar para Matrix é olhar para a nossa mente. Ela está programada para nos dar todas as respostas (mesmo erradas), com uma capacidade gigantesca de criação e autopreservação. Ao mesmo tempo que realiza os nossos desejos, escraviza-nos a eles.
O mundo moderno é fruto da Matrix, tudo a nossa volta nasceu dela (da mente ou Matrix, como preferir), desde a bateria de seu relógio de pulso à nossa língua, à moral, à filosofia e à ciência. Não vemos o mundo como ele é, mas sim como os nossos sentidos o captam. Uma rosa vermelha é todas as cores, menos o vermelho. Ela absorve as outras cores e reflete o vermelho.
Além disso, tudo o que é captado pelos sentidos é interpretado pela programação do cérebro. Este programa foi criado, de um lado, pela seleção evolutiva natural a todas as espécies e, de outro, por nossas próprias criações. Programas gerando programas, dando origem ao que chamamos de sociedade. Ao olharmos à nossa volta, veremos um reflexo de nós mesmos, de nossos sonhos e pesadelos materializados, produzidos na Matrix e tornados "reais"¿. Esta realidade virtual é onde vivemos com nossas leis, normas, nossos sinais e tantos outros elementos artificiais criadas pela Matrix.
Este gigantesco Software de gerenciamento é alimentado por cada microprograma, ou seja, nós. Quando "crio algo", insiro um novo programa na Matrix; se esse programa lhe for útil ele é agregado. Um bom exemplo são produtos e marcas que existem há décadas. Mas se eu sou um revolucionário, um terrorista, e crio uma idéia contrária à Matrix (o status quo), sou um vírus. Naturalmente os mecanismos de defesa dela serão lançados contra mim. São os antivírus.
Podemos pensar em uma pessoa como Giordano Bruno, que, no século XIV, já acreditava em outros mundos e em vida em outros planetas e punha em xeque todas as concepções da Igreja (concepções oficiais), sendo, desta forma, condenado à morte ou, se preferirmos, "deletado."
O ANEL DE GIGES
Há 4 semanas
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